PERSEPÓLIS | filmes com jantar | 21h30 entrada livre


Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos muitos séculos de opressão do povo persa.

Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com esta autobiografia numa banda desenhada a preto e branco. Só em França o livro vendeu mais de 400 mil exemplares.

O Que torna este filme especial são as suas dicotomias onde o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor assenta no drama e na angustia dos iranianos. Através do seu olhar o Irão e os iranianos parecem muito mais próximos do que poderíamos suspeitar, sentimo-los como iguais sob o jugo de um estado totalitário que a todos submete.

O filme foi escrito e dirigido por Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud. O seu enredo começa pouco antes da Revolução Iraniana, quando Marjane atinge a adolescência, e acaba quando ela é uma expatriada aos 22 anos. O título é uma referência à cidade histórica de Persépolis.

Teve a sua estreia no Festival de Cannes de 2007, onde recebeu o prémio do júri. No seu discurso, Marjane disse que "apesar deste filme ser universal, eu gostaria de dedicar o prêmio a todos iranianos". O filme foi lançado em França e na Bélgica em 27 de junho do mesmo ano tornando-se um sucesso comercial, apesar disso em Portugal quase não pôde ser visto nas salas de cinema. 
Persepólis foi escolhido pelo governo francês para representar o país na disputa ao Oscar de melhor filme estrangeiro e, apesar de não ter sido indicado na categoria, foi um dos três indicados ao prêmio de melhor filme de animação que acabou por perder para "Ratatouille".


Persepólis (2007/frança/leg. port.) Marjane Satrapi e Vincent Paronnaud