Filmes com Jantar - todas as 4as às 21h30 | entrada livre
Esqueçam os personagens fofinhos do filme de 1951 da Disney, esqueçam a versão toda enfeitada e carregada de maquiagem e efeitos que Tim Burton fez em 2010. Aqui, a história de Alice no País das Maravilhas é contada muito diferente do convencional. Tudo é apresentado duma forma grotesca e original. O galardoado realizador checo Jan Svankmajer, deixa de lado os visuais coloridos e felizes do filme da Disney de 1951 e traz-nos algo realmente perturbador e maravilhoso.
O filme tem como
base, a historia original de Alice, mas aqui tudo tem um tom sombrio. Alice,
interpretada com graça pela pequena Kristýna Kohoutová, vive num
casarão que parece estar prestes a desabar a qualquer momento, devido a
seu estado péssimo estado de conservação, cheio de humidade e quinquilharias por todo o lado.
É no meio de todas estas tralhas que Alice avista um Coelho
Branco saindo de dentro de um caixa de vidro. Decide então segui-lo até que este entra numa gaveta de
escrivaninha. Alice decide acompanhá-lo e também entra na gaveta e eis
então que ela acaba por entrar no País das Maravilhas, que de “maravilha”
só tem mesmo o nome. A própria queda até o “outro mundo” é
algo que já nos mostra o que vai se seguir durante o filme. O mundo em que Alice cai é na verdade o
próprio casarão onde ela vive, só que habitado por seres estranhos, situações angustiantes de um mundo sinistro.
Este filme é diferente, com uma visão um tanto quanto
particular de uma historia que já foi contada vezes sem conta,
Alice de Jan Svankmajer, merece ser visto e ter seu reconhecimento na obra deste autor pois é uma obra muito
bem construída e de valor único.
Na sua na vasta obra, Jan Svankmajer tornou-se conhecido pela utilização das técnicas stop-motion e pelos ambientes sombrios, este filme não é excepção como recorrendo constantemente à existência de personagens bizarros num mundo sombrio.