Não sabem nem tentam cozinhar em lume brando, quando chegam a coisa transborda logo. Assíduos frequentadores da Feira do Relógio trazem velhas glórias do afro baile dos PALOP em cassetes pirata de Portugal, Angola, Guiné, Moçambique ou Cabo-Verde. Produtores e Djs são parte do núcleo duro das Padráda Gravações.
Através do seu trabalho têm contribuído para o reconhecimento da música que representa as nossas raízes africanas que tão perto estão e que tão pouco ouvimos.
Todos os segundos Sábados de cada mês os Celeste/Mariposa têm uma residência mensal no Bacalhoeiro. Há debates, comida, concertos e afro-baile. O mote são os PALOP e a música neles produzida. Este Sábado as hostilidades arrancam às 20h com um jantar genuinamente africano e estendem-se até às 04h com o afro-baile. O concerto começa às 23h.
reservas para jantar: whiteselecta@gmail.com
**julinho da concertina e sua banda 23h cabo-verde
Nascido em Piloncan, concelho da Calheta de São
Miguel, ilha de Santaigo, Julinho da Concertina desde
cedo descobriu a paixão pela música, pela concertina, instrumento que
adoptou logo que pôde e afina a seu jeito e, ao longo destas décadas, o
tem acompanhado pelos palcos do mundo na divulgação da música
cabo-verdiana.
Julinho emigrou para Portugal em 1973. Conta-nos que viveu quase sempre, da música mas que com o tempo, os cachets foram rareando. Tocou ao lado de muitos músicos afamados e participou em concursos com bons resultados. Enquanto conversa pega na concertina e vai dedilhando peças do seu repertório que fizeram sucesso.
Guarda alguma mágoa por nunca ter sido convidado
para tocar para o grande público em Cabo Verde mas mantém vivo esse desejo, que é quase um apelo. “Gostaria de tocar na Gamboa,
por exemplo. Porque antes do “Ferro e Gaita” e outros grupos, éramos
nós que tocávamos o funaná, as mornas e coladeiras. Também espero que
apareça uma produtora interessada na minha música para gravar um cd/dvd.
Tenho muitos temas prontos”, adianta.
Julinho da Concertina é mais um pérola os Celeste/Mariposa trazem ao Bacalhoeiro na sua procura para (re)descobrir as suas - e nossas - raízes africanas, ou suburbianas, e que afinal estão não estão em África mas aqui ao lado entre Campolide e o Cacém. Este mês apresentamos Julinho da Concertina e a sua banda.